Desde a primeira vez que eu tive contato com uma simulação das Nações Unidas, eu soube que esse ambiente de pesquisa, articulação de ideias e discussões sobre a paisagem internacional, a sociedade, o comportamento humano, política e economia, era muito mais que uma experiência acadêmica, como a princípio foi intuído. Tornou-se, para mim e para muitos outros, um momento de revelação de uma nova perspectiva radical sobre si mesmo e seu papel no mundo, papel em que o jovem é motor de transformação social. Percebi, enquanto participava, que as grandes questões que a humanidade se debruça há tanto tempo não eram meramente especulativas, abstratas e distantes do meu dia a dia, encargos dos poderosos líderes mundiais (em geral homens mais velhos, caretas, que em nada se pareciam comigo) mas sim problemáticas concretas, solucionáveis e que eu, uma estudante, tinha completa capacidade de fazer parte e atuar como agente ativa nos seus processos de resolução. Isso é algo revolucionário de se perceber: somos todos capazes de moldar os nossos arredores e comunidades a partir da diplomacia, cidadania, inovação, tecnologia e proatividade.

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O cenário geopolítico de 2024 se apresenta extremamente intrincado, disposto sobre uma teia de relações tênues e frágeis entre as nações, as quais cada vez mais concebem narrativas singulares e contrastantes umas das outras. Diante da pluralidade insurgente de opiniões, culturas, religiões e sistemas entre os componentes do globo, é possível construirmos uma convivência pacífica e tolerante? Não aprendemos com os horrores dos conflitos do século XX, século da guerra, que foram produtos da aversão às divergências? Até que ponto vai a prepotência e a insaciedade de um povo por exercer hegemonia política sobre o outro? Esses são os questionamentos que buscamos levantar com o tema da 8ª edição do Simula Jovem ONU, “Conflitos, Guerra e Exclusão: os diálogos necessários para construção de um mundo plural”. As grandes guerras recentes da Rússia contra a Ucrânia e Israel contra o Hamas e a Nação Palestina, entre outros exemplos de exclusão e genocídio de povos, migração forçada e embates armados mostram que temos um longo caminho pela frente no combate à violência e à intolerância. A iminência de um conflito nuclear é um dos motivos que tornam esse tópico tão urgente a ser debatido desde já.

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Apesar de se tratar de um evento escolar e local, ele é capaz de acender uma faísca de anseio pela melhoria dessas infelizes situações nos olhares dos estudantes. Incendiamos o mundo de paz e prosperidade por meio desse acúmulo de faíscas. Espero que todos os participantes consigam sair desse evento, nos dias 12 e 13 de setembro, transformados, inserindo a mentalidade de acolhimento à diversidade e resolução das adversidades nos próprios cotidianos. Bem-vindos ao Simula Jovem ONU de 2024.

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-Maria Clara Bolini de Oliveira Lima